Na maior parte dos casos, as Casas Legislativas tiveram suas contas desaprovadas por conta da ausência do recolhimento de parcelas do Instituto Nacional do Seguridade Social (INSS).
Outro motivo bastante comum é a realização de pagamentos, principalmente de salários, acima do valor autorizado por lei. Em 12,69% dos casos, as câmaras apresentaram irregularidades nas conta de três ou quatro anos. É o caso da Câmara de Francisco Alves (97 km a sudoeste de Umuarama), cujas contas foram desaprovadas em 2001, 2002, 2003 e 2004.
O levantamento da FOLHA mostra que a má gestão é comum nas casas legislativas do estado. Grande parte das irregularidades apontam para casos de improbidade administrativa, em que o gestor público causa dano ao patrimônio público, enriquece de forma ilícita ou viola os princípios da Administração Pública.
Entre as situações analisadas pelo TCE e pelo Ministério Público há casos curiosos,
como o da Câmara Municipal de Araruna. O presidente da Casa no biênio 2001-2002, Osmar Estellai, foi condenado a devolver o total de R$ 2.508,00 ao município, referente a quatro irregularidades apontadas pelo TCE. Ele seria o responsável pelo pagamento de R$ 1.820,00 pelo aluguel de sistemas informatizados do tribunal. O problema é que o próprio TCE disponibiliza os programas gratuitamente para todas os órgãos públicos do estado.
O ex-presidente da Câmara também teria gasto R$ 578,00 com a compra de jogos de camisas e bolas de futebol. A despesa, segundo a justificativa de Estellai apresentada ao tribunal, tinha a finalidade de atender os vereadores uma vez que eles iam participar de um campeonato de futebol intercâmaras. Outros R$ 110,00 foram gastos com o pagamento de refeições no próprio município, o que é irregular porque despesas com alimentação só podem ser pagas caso o vereador esteja fora da cidade a serviço da Câmara. O ex-presidente também deixou de aplicar os saldos que a Casa manteve em caixa no período.
Estellai foi denunciado ao TCE pela Comissão de Administração Tributária, Financeira e Orçamentária da Câmara de Araruna em 2003. A condenação no tribunal aconteceu no último dia 19 de junho. O ex-presidente pode recorrer da decisão. Durante o julgamento os conselheiros aprovaram também o envio de cópias do processo ao Ministério Público (MP) Estadual.
Outro caso emblemático é o da Câmara de Umuarama. A instituição está sendo investigada pelo MP por desvio de recursos públicos. Um ex-funcionário da Casa é acusado de alterar a folha de pagamento para aumentar o próprio salário. O esquema pode ter causado um prejuízo de R$ 1 milhão ao erário. O MP deve apresentar denúncia à Justiça.
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