domingo, 14 de setembro de 2008

Abaixo as catracas

O advogado Bruno Meirinho, 26 anos, é o mais novo candidato a prefeito de Curitiba nesta eleição. Curitibano nato, Meirinho tem paixão pelo Sabará, uma área de ocupação urbana localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). ‘‘Trabalhei lá durante dois anos. É um lugar de uma população lutadora que batalha contra as catracas da cidade’’, diz. Bruno era parte de uma equipe de regularização fundiária nas vilas da região coordenada pela organização social Terra de Direitos e a empresa de consultoria Ambiens. ‘‘O trabalho teve bons resultados na organização da população local’’, avalia.

O trabalho no Sabará terminou, mas Meirinho continua a freqüentar a região. ‘‘O processo jurídico da regularização continua tramitando e eu acompanho junto com o Vinicius, advogado da equipe da Terra de Direitos’’, conta. Apesar de candidato, Bruno não deixou o trabalho. ‘‘Sou sócio da Ambiens Sociedade Cooperativa, onde continuo trabalhando mesmo em campanha’’, diz. ‘‘No setor privado, trabalhadores autônomos e consultores, não têm como parar de trabalhar para fazer campanha afinal precisamos do dinheiro’’, explica.

Meirinho é solteiro e mora com a mãe, Laurene Deschamps Moreira, e o padastro, Juracy Moreira, no Boqueirão. ‘‘Nasci no Água Verde, onde morei por alguns anos’’, lembra. Desde então, Bruno já morou no Uberaba, Cajuru, Jardim das Américas e no Centro. Nos dias de folga, o candidato gosta de passar tempo em casa com a família. ‘‘Aproveitamos os fins de semana para ficar em casa e conversar‘‘, conta. ‘‘Durante a semana nos falta tempo uma vez que todos ficamos fora de casa trabalhando, estudando e perdendo tempo nos ônibus lotados e demorados’’, completa.

Segundo Meirinho, é no jardim de casa que ele consegue relaxar. ‘‘É no jardim da minha casa que encontro momentos de paz’’. Além da família, Bruno aproveita o tempo livre para freqüentar a AOCA, a Sociedade 13 de Maio e o Clube Harmonia. ‘‘Também freqüento o Cimples Ócio quando está funcionando’’, entrega. O lugar recebe apresentações de sambistas tradicionais de todo o Brasil organizados por Anildo Guedes.

Bruno começou a estudar no Colégio São José, que fica próximo à praça Rui Barbosa. Ainda no Ensino Fundamental foi transferido para o Medianeira, para o Sion do Batel e, por fim, concluiu a 8ªsérie no Madalena Sofia. No segundo grau Meirinho foi para o antigo Cefet (atual Universidade Tecnologica Federal do Paraná - UTFPR) onde se formou Técnico em Eletrônica.

Cursou dois anos de Direito na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e de Engenharia Industrial Madeireira na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Acabou se formando em Direito na UFPR em 2007. Na universidade participou do movimento estudantil, foi diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e vice-presidente do Centro Acadêmico Hugo Simas. ‘‘Lutei contra as políticas de privatização da educação promovidas pelo então reitor Moreira’’, informa.

Antes de começar a lutar por ‘‘uma Curitiba sem catracas’’ no PSOL, Meirinho foi filiado ao PT. Mas a decepção com as diretrizes do governo Lula o levaram a se juntar ao grupo da ex-senadora Heloísa Helena na criação do PSOL em 2005. ‘‘A gente espera superar a corrupção e lutar pelas bandeiras socialistas’’, finaliza.

Rosiane Correia de Freitas
Equipe da Folha

ELEIÇÕES - A política conquistou o engenheiro

O lugar preferido do casal Fernanda e Carlos Alberto Richa na cidade de Curitiba é o Parque Barigüi. Morador do Mossunguê, região próxima ao Shopping Barigüi, o atual prefeito freqüenta o local para correr e passar tempo com os filhos. ‘‘É um espaço onde estou em paz. Um ambiente agradável. É lá que eu faço minhas corridas. Tem muita gente lá. É um espaço bem gostoso’’, diz. ‘‘Tenho visto que nos últimos anos tem tido um aumento no número de pessoas que freqüentam o parque’’, observa.

O lugar será alvo, inclusive, de um dos projetos de campanha do candidato: a limpeza do lago. ‘‘Fizemos várias obras de melhoria e conservação do parque: a grama sempre cortada, o paisagismo. Está um lugar bem agradável’’, avalia.

Beto Richa e Fernanda se conheceram em Guaratuba, durante as férias de verão. Seis meses depois se casaram na Igreja Bom Jesus, no Cabral, em 1985. O casal tem três filhos: Marcello, 22 anos, André, 18 anos e Rodrigo, 13 anos, que nasceram na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, na Rua Visconde de Guarapuava. Fernanda é advogada formada pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) em 2002. É segunda filha de Tomaz Edison e Didi Bernardi Vieira.

A família Richa também costuma ir ao cinema do shopping e restaurantes, em especial, o Madalosso. ‘‘Quando a agenda permite’’, diz Richa, que ainda vai com freqüência almoçar no Clube Curitibano.

O atual prefeito também é sócio do Graciosa e do Santa Mônica, lugares nos quais costuma ir com os filhos. A rotina de Richa está ligada a região do Mossunguê. Aos domingos o prefeito vai à missa nas igrejas do Trabalhador ou São João Precursor. E durante a semana Richa se exercita na Companhia Athletica, que fica no Park Shopping Barigüi. Ele também já foi morador do Batel.

A política fez Richa deixar para trás uma de suas paixões, o automobilismo. Além de correr no Barigüi, o prefeito gosta de acelerar nas pistas. Ele foi campeão de kart em 1984 e já venceu as 500 milhas de Londrina, prova que deve voltar a disputar este ano.

Nascido em Londrina, em 1965, Richa viveu a infância entre a cidade natal e Brasília, cidade em que morou durante os mandatos de deputado federal e senador do pai, o ex-governador do Paraná, José Richa. Ele é o segundo dos três filhos de Arlete e José Richa. Só aos 17 anos Beto se mudou definitivamente para Curitiba, quando o pai foi eleito governador. Terminou o Ensino Médio no Colégio Bom Jesus e foi aprovado no vestibular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), onde se formou engenheiro civil. No entanto, Richa não seguiu a carreira de engenheiro. Como o pai, entrou para a política. Aos 29 anos se elegeu deputado estadual. Cumpriu dois mandatos na Assembléia Legislativa.

Foi eleito vice-prefeito na chapa de Cassio Taniguchi em 2000 e assumiu, no primeiro ano de mandato, a Secretaria de Obras Públicas. Candidatou-se ao governo do Estado em 2002, contra o atual governador Roberto Requião (PMDB) . Não se elegeu e voltou à vice-prefeitura. Em 2004 se elegeu prefeito de Curitiba.

Depois de quatro anos, Richa diz estar satisfeito com o que fez. ‘‘A gente não vai ter a cidade 100% acabada. Mas conseguimos cumprir 90% do plano’’, avalia. ‘‘Posso dizer que eu me sinto realizado, me sinto tranqüilo com o que foi feito e principalmente com os compromissos que foram honrados. Não ficaram assim grandes coisas para trás’’, completa.

Rosiane Correia de Freitas
Equipe da Folha

ELEIÇÕES - A ousadia do reitor

Quando está sob muito estresse, o médico oftalmologista Carlos Augusto Moreira Júnior costuma ir até a Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, para pensar. ‘‘Quando a coisa está muito preta vou para a frente do prédio da universidade, sento num daqueles bancos perto do chafariz e medito’’, conta. ‘‘Lembro por quantas dificuldades aquelas pessoas lá no começo passaram para fazer aquela instituição. Aquilo ali é um exemplo de ousadia do curitibano’’, diz.

Para Moreira, que foi reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) durante seis anos, o prédio símbolo da instituição e da cidade traz inspiração. ‘‘Tem uma frase que aprendi: perguntaram para o Churchill (Winston Churchill, primeiro ministro inglês durante a Segunda Grande Guerra) após a guerra o que a Inglaterra tinha que os outros países não tinham. Ele disse: ‘Na Inglaterra os homens de bem são mais ousados que os canalhas’. E a universidade tem exatamente isso. Foi uma ousadia de homens de bem’’, analisa. A última vez que Moreira esteve na praça para meditar foi durante o processo de votação da adesão da UFPR ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

Na época um grupo de estudantes insatisfeitos com a proposta havia ocupado o prédio da reitoria da universidade. ‘‘O meu gabinete estava tomado e eu recebi a imprensa na sala da pró-reitora de Assuntos Estudantis. Lembro que daí convidei a professora Rita (de Cássia Lopes, pró-reitora da UFPR) para irmos até a praça. Chegando lá disse para ela: vocês estão assustados com isso daí? Lembre do que as pessoas que fizeram essa instituição passaram. Fizeram essa instituição sem dinheiro, sem apoio’’, recorda.

Moreira foi aluno do curso de Medicina da UFPR e se formou médico aos 22 anos. A vida estudantil do candidato começou no extinto colégio Recanto Infantil, cuja sede ficava no bairro São Francisco. O ex-reitor cursou o antigo ‘‘ginásio’’ e o 2º grau no Colégio Estadual do Paraná e fez cursinho preparatório para o vestibular no Barddal. Em 1986 deixou a cidade para fazer mestrado em São Paulo e depois se especializar em retina e vítreo na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Antes de deixar Curitiba, Moreira se casou com a também médica oftalmologista Ana Tereza Ramos Moreira na igreja São Francisco. O casal tem três filhos, dois deles nascido na Maternidade Curitiba, no Água Verde: Camila, 23 anos e João Eduardo, 17. O terceiro filho, Carlos Augusto, 20, nasceu na Califórnia e atualmente cursa Medicina na Universidade Positivo. Já João Eduardo é aluno do Ensino Médio do Colégio Bom Jesus. Camila é formada em Direito e está em São Paulo cursando mestrado na Pontifícia Universidade Católica.

A família mora atualmente no Mercês, onde freqüenta a igreja do bairro. O ex-reitor já foi morador do Tarumã, do Centro e do Bigorrilho. Um dos programas de lazer dos Moreira é ir até os restaurantes do bairro vizinho, Santa Felicidade. Os preferidos do casal de médicos são o Chalet Suisse e o Madalosso.

Nos fins de semana a família vai para Campo Largo aproveitar o descanso numa chácara que possui na cidade. Moreira torce para o Coritiba, clube do qual é sócio há três anos. Ele não freqüenta nenhuma academia, mas mantém a forma caminhando no Barigüi. O ex-reitor diz que quer ser prefeito porque não se conforma com os problemas da cidade.

REGRAS

A FOLHA DE LONDRINA prossegue com a série de entrevistas com os candidatos ao cargo de prefeito de Curitiba. A ‘‘sabatina’’ com os políticos aconteceu no mês de agosto, na sucursal da FOLHA, em horários e datas diferentes. As regras foram informadas previamente para as

assessorias dos

candidatos.
A publicação segue ordem alfabética. O entrevistado de hoje é o médico oftalmologista Carlos Augusto Moreira Júnior, o Reitor Moreira, do PMDB. Amanhã a FOLHA traz a entrevista do candidato da coligação ‘‘Uma só Curitiba’’, Fábio de Souza Camargo (PTB).

Rosiane Correia de Freitas
Equipe da Folha

ELEIÇÕES - Camargo quer ser ‘prefeito-vereador’

Se alguém perguntar para o deputado estadual e candidato a prefeito de Curitiba, Fábio Camargo, qual o lugar preferido dele na cidade, a resposta sai de bate-pronto: os bairros de Curitiba. Algum bairro em particular? ‘‘O Sítio Cercado’’, diz Camargo, que mora no Tarumã, perto do Hospital das Nações, mas já foi morador do Batel e do Bacacheri. ‘‘O local que mais gosto de trabalhar posso dizer que é o Sítio Cercado. O local que mais gosto de ficar obviamente que é na minha casa com meus filhos’’, justifica.

Segundo Camargo, foi no Sítio Cercado que ele começou sua trajetória política. ‘‘Criei um carinho muito grande. Tenho uma casa lá onde há mais de seis anos mantenho uma estrutura para a comunidade. É o lugar em que me sinto mais bem recebido na cidade’’, relata. ‘‘Não digo só o Sítio Cercado, mas toda a região sul: Boqueirão, Alto Boqueirão, Pinheirinho, Tatuquara, Umbará. É uma região com a qual eu me identifico bem. É a região mais populosa e mais carente da cidade. Tudo que formos fazer vamos começar por lá’’, antecipa.

Para o deputado, é nas pracinhas de bocha e nas pistas de skate do bairro que ele se relaciona com a população. ‘‘Onde tem gente acabo parando para conversar’’, entrega. ‘‘Criei algumas amizades na Isaac (Ferreira da Cruz). A Isaac é a rua principal e tem um comércio muito vibrante’’, conta Camargo, que diz que vai investir na região. ‘‘A Isaac precisa de revitalização. Se houver uma melhoria nas calçadas, se houver um investimento em nível de estrutura para os comerciantes vai fortalecer o comércio. Vai dar mais dignidade.’’

Ele nasceu em Curitiba, dia 17 de abril de 1973. Estudou no Colégio Lins de Vasconcellos. ‘‘É onde hoje fica o Opet’’, informa. E cursou Direito na Universidade Tuiuti do Paraná. Depois de formado assessorou o pai, Clayton Camargo, no Tribunal de Justiça. ‘‘Hoje sou funcionário concursado do Tribunal’’, conta.

Camargo é casado com Giovana Maria de Medeiros Iatauro Camargo e pai de duas meninas e um menino: Jéssica, de 16 anos, Mikaella, 9 anos, e Raffael, de 5 anos. ‘‘Todos nasceram na maternidade São Lucas e todos estudam em colégios do grupo Positivo’’, conta. A família costuma freqüentar a Igreja do Cristo Rei, onde as crianças foram batizadas. Apesar de jovem, Camargo se diz um homem de família. ‘‘Sou muito caseiro. Eventualmente vamos a alguma pizzaria ou churrascaria’’, comenta. Nos dias de folga, os passeios são na casa de familiares. ‘‘As crianças gostam de visitar os avós’’, relata.

Na política, no entanto, ele é inquieto. Elegeu-se vereador em 2000. Dois anos depois, candidatou-se a deputado estadual, mas não saiu vitorioso. Voltou a eleger-se vereador em 2004. Em 2006, candidatou-se a deputado estadual mais uma vez. E se elegeu. No entanto, mesmo na Assembléia mantém sua atuação nos bairros da cidade. ‘‘Sou um deputado-vereador’’, declara. E agora quer ser um ‘‘prefeito-vereador dos bairros’’.

Alvo de boatos sobre suas atividades como empresários, Camargo é categórico em afirmar que não é dono de nenhuma casa noturna. ‘‘É lenda urbana. Apenas isso’’. ‘‘Se algum dia alguém tiver algo de objetivo, que apresente. Isso é uma lenda urbana, talvez criada por adversários, por invejosos, por eu ser muito jovem. Por eu, num passado muito distante, ter sido sócio do Ney Leprevoust e do João Guilherme Leprevoust numa casa aqui de Curitiba. Mas é lenda urbana’’, encerra.

Rosiane Correia de Freitas
Equipe da Folha

ELEIÇÕES 2008 - Gleisi quer ser a primeira prefeita de Curitiba

A advogada Gleisi Hoffmann tem pressa. Até o dia 5 de outubro ela tem uma distância respeitável para percorrer em busca de votos que tornem real a vontade de ser a primeira prefeita mulher de Curitiba. Gleisi é uma mulher com uma missão. Ela foi alçada a condição de prefeitável depois de conquistar quase 2,3 milhões de votos na eleição para o Senado em 2006.

Gleisi é curitibana nata. A mãe, Getúlia Agueda, deu a luz sob a supervisão do médico obstetra Moyses Paciornick. O nome – Gleisi – é uma homenagem a atriz e princesa de Mônaco, Grace Kelly. Ela passou a infância e adolescência na Vila Lindóia, região sul. No fim da adolescência de Gleisi a família mudou para a Vila Guaíra. A cabelereira Dona Gegê, como é conhecida a mãe da candidata, ainda mantém no bairro um salão de beleza. O pai, Júlio Hoffmann, é representante comercial aposentado. ‘‘O dinheiro nunca sobrou lá em casa, mas meus pais primaram por nosso educação’’, lembra.

Os estudos de Gleisi começaram no Jardim de Infância Alvorecer. No primeiro grau ela freqüentou o Colégio Nossa Senhora da Esperança. Lá alimentou o desejo de se tornar freira. ‘‘A sede do convento da Congregação era em Novo Hamburgo e meu pai não deixou eu ir sozinha para o Rio Grande do Sul’’, conta. Gleisi mudou de colégio e de objetivo de vida. ‘‘Fui estudar no Medianeira e fui estimulada pelo próprio colégio a pensar politicamente. Entendi que a visão cristã de igualdade e fraternidade poderia se materializar por meio da ação política’’, revela.

No Medianeira participou do grêmio estudantil e foi presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMESC). Foi aluna do curso de Eletrotécnica do antigo Cefet-PR (atual Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR) por um ano e meio onde entrou no Grêmio e participou de um movimento contra o uso obrigatório de jalecos. Nem a carreira de técnica nem o fim dos guarda-pós deram certo para Gleisi, que acabou indo cursar Direito nas Faculdades Curitiba, onde se formou em 1989. ‘‘A eletrotécnica não era a minha praia’’, confessa.

Para poder pagar a faculdade, Gleisi começou a trabalhar na Assembléia Legislativa como assessora parlamentar. Em 1988 foi para a Câmara Municipal para assessorar o vereador Jorge Samek. Cinco anos depois seguiu para Brasília onde trabalhou como assessora parlamentar no Congresso Nacional e no projeto Governo Paralelo que foi comandado por Lula durante o governo de Fernando Collor de Mello. A trajetória de Gleisi dentro do PT passou pela gestão de Zeca do PT, no Mato Grosso do Sul, pela prefeitura de Londrina, onde foi secretária de Gestão Pública. Por fim ela atuou na equipe de transição de Lula em 2002 e assumiu a Diretoria Executiva Financeira de Itaipu em 2003.

Foi também no PT que Gleisi conheceu o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, seu marido. Bernardo era funcionário do Banco do Brasil e sindicalista. Quando casaram, ele já era deputado federal pelo Paraná. O casal tem dois filhos: João Augusto, de seis anos, e Gabriela Sofia, de dois. O ministro irá participar do governo, caso Gleisi seja eleita? ‘‘Podem ficar tranqüilos, ele não vai assumir a FAS (Fundação de Ação Social)’’, responde bem humorada.

REGRAS

Gleisi Hoffmann, da coligação ‘‘Curitiba Para Todos’’, é a entrevistada de hoje na série da FOLHA DE LONDRINA sobre os candidatos ao cargo de prefeito de Curitiba. É a quinta matéria da série de reportagem. A ‘‘sabatina’’ com os

políticos aconteceu no mês de agosto, na sucursal da FOLHA, em horários e datas diferentes. As regras foram informadas previamente para as assessorias dos candidatos.

A publicação segue ordem alfabética nas edições do FOLHA CURITIBA. A próxima entrevista será publicada amanhã e vai trazer as propostas do candidato do PT do B, Lauro Rodrigues.

Rosiane Correia de Freitas
Equipe da Folha

Como migrar popularidade do virtual para o real?

O administrador de empresas Lauro Rodrigues era desconhecido dos curitibanos até o último dia 31 de julho quando em pleno debate entre os candidatos a prefeito de Curitiba ele ‘‘travou’’. ‘‘Deu branco’’, desculpou-se. Por duas horas, Rodrigues suou frio diante dos colegas de pleito e dos telespectadores. Acabou virando hit na internet. O vídeo do desempenho do candidato no debate já teve mais de 300 mil visualizações no You Tube.

‘‘Costumo dizer o seguinte: desse limão vou fazer uma limonada’’, diz. ‘‘Nunca tinha ido num estúdio. Sempre falo com as pessoas olhando no olho. Mas falar com uma máquina e ela não te responder para mim é difícil’’, explica. ‘‘Agora que já sou conhecido vou mostrar que tenho conteúdo’’, completa. Para superar a dificuldade de falar na televisão, Rodrigues conta com a ajuda de amigos. ‘‘Tenho pessoas que estão me ajudando a aprender como falar com a câmera, como me expressar’’, conta.

Segundo o candidato, a dificuldade maior é não ter um lado ator. ‘‘Não sou ator. Sou político’’, defende. Depois do ‘‘branco’’, Rodrigues admite ter sido questionado sobre sua preparação para o debate. ‘‘Errei. Simplesmente fui para o debate achando que ia falar com as pessoas, debater idéias e de repente vejo um show business’’, entrega. Agora, o plano do candidato é ir em frente. ‘‘O feio não é cair. O feio é não querer levantar. Vou nos próximos debates sim’’, adianta.

Curitibano nato, Rodrigues é fã do Boa Vista, bairro no qual mora e da região do São Lourenço, onde trabalha. ‘‘É bem situado. Não está como a região sul. A região norte é mais conservadora, tem muita família, chácaras. Não cresceu tanto de população, é mais estável’’, elogia. Ele já morou no Juvevê, no Bacacheri e no Santa Cândida. ‘‘A região Norte representa bem a cara do curitibano, porque tem muita família, tem muito polaco, italiano, ucraniano’’, completa.

Rodrigues casou com Danielle Rodrigues em 1988, na Igreja da Terceira de São Francisco. O casal tem três filhos. ‘‘Laurielle tem 20 anos, nasceu na Casa de Saúde Paciornick e está no 2º ano de Direito na Unibrasil. A Jennyfer tem 18 anos e o Laurinho tem 16 anos. Os dois nasceram na Santa Brígida e estudam no Colégio Estadual Ângelo Gusso’’, conta.

A família costuma passar os fins de semana na casa de parentes e numa chácara da família. ‘‘No verão, vamos para a praia’’, relata. Rodrigues costuma ir com freqüência nos restaurantes Albatroz, Mannus e na Churrascaria do Erwin. E não é adepto de se exercitar em academias. ‘‘Ando muito a pé, gosto de falar com as pessoas, visitar os comércios, andar na ciclovia, nos parques. A região norte tem o Parque Tingui, o Bacacheri. É muito bonito. É uma Curitiba que não evoluiu tanto, não se expandiu. Quem mora lá sabe do que eu estou falando’’, comenta.

Rodrigues estudou nos colégios Nossa Senhora Menina, Madre Anatólia, Eny Caldeira, Maria Montessori e no Dom Bosco. E se formou administrador pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Atualmente trabalha nas empresas da família. ‘‘Acho que sou bom administrador. Minhas empresas estão muito bem. Não tem nenhuma falida’’, analisa.

O candidato se diz preparado para assumir o desafio de governar Curitiba. ’’Sou uma cara que sabe resolver os problemas com simplicidade’’, avalia.

REGRAS

O entrevistado de hoje na série da FOLHA DE LONDRINA sobre os candidatos ao cargo de prefeito de Curitiba é Lauro Rodrigues, do PT do B. A ‘‘sabatina’’ com os políticos aconteceu no mês de agosto, na sucursal da FOLHA, em horários e datas diferentes. As regras foram informadas previamente para as assessorias dos candidatos.

A publicação segue ordem alfabética nas edições do FOLHA CURITIBA. A próxima entrevista será publicada amanhã e vai trazer as propostas do candidato Maurício Furtado, do PV.

Rosiane Correia de Freitas
Equipe da Folha

ELEIÇÕES - Uma vitória familiar

É no Jardim Botânico de Curitiba que o catarinense Maurício Furtado gosta de aproveitar a vida na capital paranaense. ‘‘Lá tem espaço para as crianças correrem, bancos para os mais idosos sentarem, lugar para colocar os pés na água’’, descreve. Quando consegue encaixar esse programa na agenda, Furtado vai ao Botânico com os pais, os filhos menores e a esposa. ‘‘É muito bonito de ver essa possibilidade de convivência entre as pessoas que moram na cidade’’, elogia.

Apesar de gostar do parque, o candidato não o visita com freqüência. ‘‘Em geral levo a família para nossa chácara em Campo Largo’’, conta. É lá que ele pode aproveitar uma de suas paixões: os cavalos. Cavaleiro experiente, Furtado já participou de cavalgadas na rota dos tropeiros no interior do Paraná. Na chácara o candidato mantém, em sociedade com um amigo, oito cavalos.

Casado pela segunda vez com a estudante universitária Débora, o candidato costuma passear com os dois filhos mais novos, Ana Carolina e João Pedro. Os dois nasceram em Curitiba e estudam no Colégio Bagozzi. Além da chácara, a família costuma ir nadar nas piscinas do Círculo Militar. Furtado também é pai de Maria Júlia, João Maurício e Guilherme Francisco, os dois primeiros, frutos do primeiro casamento.

Apesar de não estar na frente nas pesquisas, Furtado já contabiliza uma vitória nessa eleição. Seu filho, João Maurício, que mora em Joinville (SC), veio para Curitiba acompanhar o pai na campanha. Maurício, que é empresário em Balneário Camboriú, mudou com a esposa e o filho, Sebastian, de um ano e seis meses, para Curitiba e acompanha o pai nas agendas de campanha.

Maurício Furtado nasceu em Joinville e se mudou para Curitiba com apenas três meses de idade. Começou os estudos no Grupo Escolar Júlia Wanderley e terminou no antigo Internato Paranaense, atual Marista. Cursou Ciências Contábeis na Fesp. Quando passou no concurso público para auditor do Banco Central em 1976, Furtado teve que deixar Curitiba para trabalhar em diversas cidades do País. A profissão o levou para o Rio de Janeiro, Florianópolis, São Paulo, Brasília e São Luis do Maranhão. Voltou para Curitiba no início da década de 1990. Hoje trabalha na sede do Banco Central no Centro Cívico.

Para ir trabalhar, Furtado vai de bicicleta do Novo Mundo, onde mora, até o banco. ‘‘Chego no trabalho relaxado e revigorado’’, conta. Para o candidato, andar de bicicleta é a melhor maneira de conciliar a vontade de reduzir a poluição e garantir uma rotina livre de congestionamentos. ‘‘É muito raro o dia em que não consigo ir para o trabalho pedalando’’, diz. Mesmo no frio, conta, ele recorre a bicicleta. ‘‘Nem adianta se agasalhar muito porque é só começar a pedalar que já esquenta’’, observa.

Em 2005, Furtado participou da equipe técnica que apoiou os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios que apurou um caso de pagamento de propina nos Correios e que terminou investigando o caso ‘mensalão’. Na época Furtado foi apontado como um dos responsáveis pela elaboração de um suposto relatório paralelo para o deputado Maurício Rands (PT-PE). ‘‘Isso foi um absurdo. Minha família toda ficou surpresa quando a (Revista) Veja publicou isso. Mas claro que a acusação não procede’’, esclarece.

Rosiane Correia de Freitas
Equipe da Folha