domingo, 14 de setembro de 2008

ELEIÇÕES 2008 - Gleisi quer ser a primeira prefeita de Curitiba

A advogada Gleisi Hoffmann tem pressa. Até o dia 5 de outubro ela tem uma distância respeitável para percorrer em busca de votos que tornem real a vontade de ser a primeira prefeita mulher de Curitiba. Gleisi é uma mulher com uma missão. Ela foi alçada a condição de prefeitável depois de conquistar quase 2,3 milhões de votos na eleição para o Senado em 2006.

Gleisi é curitibana nata. A mãe, Getúlia Agueda, deu a luz sob a supervisão do médico obstetra Moyses Paciornick. O nome – Gleisi – é uma homenagem a atriz e princesa de Mônaco, Grace Kelly. Ela passou a infância e adolescência na Vila Lindóia, região sul. No fim da adolescência de Gleisi a família mudou para a Vila Guaíra. A cabelereira Dona Gegê, como é conhecida a mãe da candidata, ainda mantém no bairro um salão de beleza. O pai, Júlio Hoffmann, é representante comercial aposentado. ‘‘O dinheiro nunca sobrou lá em casa, mas meus pais primaram por nosso educação’’, lembra.

Os estudos de Gleisi começaram no Jardim de Infância Alvorecer. No primeiro grau ela freqüentou o Colégio Nossa Senhora da Esperança. Lá alimentou o desejo de se tornar freira. ‘‘A sede do convento da Congregação era em Novo Hamburgo e meu pai não deixou eu ir sozinha para o Rio Grande do Sul’’, conta. Gleisi mudou de colégio e de objetivo de vida. ‘‘Fui estudar no Medianeira e fui estimulada pelo próprio colégio a pensar politicamente. Entendi que a visão cristã de igualdade e fraternidade poderia se materializar por meio da ação política’’, revela.

No Medianeira participou do grêmio estudantil e foi presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMESC). Foi aluna do curso de Eletrotécnica do antigo Cefet-PR (atual Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR) por um ano e meio onde entrou no Grêmio e participou de um movimento contra o uso obrigatório de jalecos. Nem a carreira de técnica nem o fim dos guarda-pós deram certo para Gleisi, que acabou indo cursar Direito nas Faculdades Curitiba, onde se formou em 1989. ‘‘A eletrotécnica não era a minha praia’’, confessa.

Para poder pagar a faculdade, Gleisi começou a trabalhar na Assembléia Legislativa como assessora parlamentar. Em 1988 foi para a Câmara Municipal para assessorar o vereador Jorge Samek. Cinco anos depois seguiu para Brasília onde trabalhou como assessora parlamentar no Congresso Nacional e no projeto Governo Paralelo que foi comandado por Lula durante o governo de Fernando Collor de Mello. A trajetória de Gleisi dentro do PT passou pela gestão de Zeca do PT, no Mato Grosso do Sul, pela prefeitura de Londrina, onde foi secretária de Gestão Pública. Por fim ela atuou na equipe de transição de Lula em 2002 e assumiu a Diretoria Executiva Financeira de Itaipu em 2003.

Foi também no PT que Gleisi conheceu o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, seu marido. Bernardo era funcionário do Banco do Brasil e sindicalista. Quando casaram, ele já era deputado federal pelo Paraná. O casal tem dois filhos: João Augusto, de seis anos, e Gabriela Sofia, de dois. O ministro irá participar do governo, caso Gleisi seja eleita? ‘‘Podem ficar tranqüilos, ele não vai assumir a FAS (Fundação de Ação Social)’’, responde bem humorada.

REGRAS

Gleisi Hoffmann, da coligação ‘‘Curitiba Para Todos’’, é a entrevistada de hoje na série da FOLHA DE LONDRINA sobre os candidatos ao cargo de prefeito de Curitiba. É a quinta matéria da série de reportagem. A ‘‘sabatina’’ com os

políticos aconteceu no mês de agosto, na sucursal da FOLHA, em horários e datas diferentes. As regras foram informadas previamente para as assessorias dos candidatos.

A publicação segue ordem alfabética nas edições do FOLHA CURITIBA. A próxima entrevista será publicada amanhã e vai trazer as propostas do candidato do PT do B, Lauro Rodrigues.

Rosiane Correia de Freitas
Equipe da Folha

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